Em contrapartida, Sindilojas-BA acredita em avanço de 5%
Uma das datas mais importantes para o comércio no primeiro semestre, o Dia das Mães, não deve gerar resultados tão positivos para este ano. Segundo a projeção da Fecomércio-BA, as vendas em maio devem cair 15% ante o mesmo mês do ano passado, chegando ao faturamento de R$ 8,9 bilhões.
Ainda para o Fecomércio-BA, entretanto, é relevante pontuar que a base de comparação será bastante elevada. Em maio de 2021, o comércio reagiu e cresceu 57,3%. E comparando com período anterior a pandemia, o saldo ainda é negativo de 8,5%.
“Infelizmente, a pandemia trouxe uma desorganização na série histórica, o que dificulta um entendimento mais claro e real da situação do setor”, explicou o consultor econômico da Fecomércio-BA.
Além disso, o economista ratificou que as famílias estão consumindo com mais cautela. “De fato, a inflação alta e as famílias altamente endividadas e o crédito muito mais caro, trazem limitações para o consumo”.
Em contrapartida, ao bahia.ba, o presidente do Sindilojas-BA, Paulo Motta, disse que acredita que o Dia das Mães deve movimentar em 5% para cima as vendas em relação a 2021, reflexo do alívio da pandemia, do avanço na vacinação e da confiança do consumidor após abertura de 100% das lojas físicas.
Motta prevê que esse crescimento será relacionado a bens não-duráveis, como perfumes, cosméticos e acessórios. “Com a alta da taxa básica de juros, o consumidor se limita mais a comprar bens-duráveis, como fogão, geladeira e microondas. Mesmo com o aumento de vendas no varejo, os clientes estão mais cautelosos”.
Para o presidente, em média, o baiano deve investir R$ 175 no presente para as mães em 2022.
Também em conversa com o bahia.ba, o Coordenador regional da Abrasce, Edson Piaggio, revelou que espera um crescimento de 10%, quando comparado com o mesmo período do ano passado.
Segundo Piaggio, a razão do avanço é a disposição do consumidor em ir às compras após a vacinação e alívio da pandemia.
Do lado do consumidor, a professora de educação especial, Dailane Souza dos Santos, em conversa com o bahia.ba, disse que não sentiu muita diferença no bolso esse ano, em relação ao ano passado.
“Continuei trabalhando, não tive nenhum aperto financeiro e consegui outro trabalho. Para mim foi tranquilo”, afirmou.
Em comparação com o cenário antes da pandemia, a professora ressaltou que cresceu financeiramente. “Melhor que antes da pandemia em todos os aspectos”.
Já para a esteticista Mariana Martins, as coisas estão bastante complicadas desde a pandemia. “Esse ano o Dia das Mães será bem parado em relação aos outros anos. Eu estou desempregada e as vendas da vidraçaria do meu esposo caíram bastante”.
“Hoje em dia as coisas estão muito caras em relação a 2019. Em média eu gastaria R$ 200, acho que esse ano minha mãe não vai ganhar presente”, relatou a esteticista ao bahia.ba.
Para a artista e modelo Lunna Montty, o Dia das Mães esse ano será bem melhor do que em anos anteriores.
“Apesar do meu trabalho ser bem difícil em Salvador, esse ano ficou mais fácil. Estou trabalhando mais, comecei a ganhar muito mais dinheiro durante a pandemia, então esse ano o presente da minha mãe será bem melhor, em média, vou gastar R$ 400”, explicou Montty em conversa com o bahia.ba.
Mesmo com a melhora financeira, a artista declarou que para ela os valores dos presentes estão mais caros, ante os outros anos.
“Com essa volta do pós-pandemia, eu acho que aumentou justamente para repor o que foi perdido, no geral, está tudo mais caro”, concluiu.
Fonte: Bahia.ba
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